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Olá, Visitante. Chegou aqui, vindo sei lá de onde, quiçá cansado de tantas caminhadas e descaminhos. Pois bem, sente-se, relaxe e leia algumas destas coisinhas, vai ver que fica melhor... Um abraço da Felipa

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Não sei ver as diferenças

Não sei ver as diferenças
Na lonjura que há em mim
Nas traves de um aconchego
Nas sebes do teu jardim
Sem saber as parecenças
Com viver e recuar
Dos sonhos que não sonhei
Por não querer acordar.

Não faço a cama em que dormes
Sozinho na noite escura
Nem sei lençóis mal bordados
Em panos de tal alvura
Sei que sofres desavenças
Que te levam o receio
De entenderes parecenças
Entre dormir e chorar
Entre acordar e mentir
Entre sofrer e esperar.

Não sei fados de navios
Não sei sinas de ninguém
Só conheço desvarios
Que me conhecem também
Mas iludo essa querença
Com o olhar mais selvagem
Que me dão esses teus olhos
Numa torre de menagem
Que ninguém irá vencer
Nem iludir sensações
Nem teus modos perceber
Nas tuas falsas paixões.

Aos sentidos recusei
A espera que me impunhas
Em me dares o que te dei
Quando mais alto te punhas
Mas o sentido enganou-me
Não me deu o que te dei
Não me deu esses teus olhos
E por eles me ceguei
Não me devolveu a alma
Que a ti eu entreguei
Mas prendeu-me ao teu abraço
Onde nunca repousei.

(Felipa Monteverde)

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