Já o tempo nasceu e eu morri
deixei a minha alma ir-se embora
vi-a partir e nada fiz ou disse
e ela foi-se, foi-se daqui fora...
E eu triste fiquei, morta e seca
de lágrimas choradas na saudade
em que a vida me embala e me empresta
salgadas gotas da imensidade
em que mergulho sem molhar os pés
em que navego e nunca sei a rota
em que espero o barco e a força das marés
e apenas oiço gritos de uma gaivota
que me traz o destino de não te encontrar.
E a ventania espalha a minha alma morta
sobre as ondas eternas de um imenso mar
onde o tempo se esconde atrás de negra porta...
(Felipa Monteverde)
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