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Olá, Visitante. Chegou aqui, vindo sei lá de onde, quiçá cansado de tantas caminhadas e descaminhos. Pois bem, sente-se, relaxe e leia algumas destas coisinhas, vai ver que fica melhor... Um abraço da Felipa

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Visita a Linda-a-Pastora














No passado domingo, dia 9 de janeiro deste novo ano de 2011, tive a graça de ir a Linda-a-Pastora visitar os túmulos da Irmã Maria Clara do Menino Jesus e do Padre Raimundo dos Anjos Beirão, fundadores da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição (CONFHIC).
Saimos de Viana do Castelo às seis da manhã, fomos por Ponte de Lima recolher mais pessoas e depois seguimos viagem até Linda-a-Pastora, onde se situa a propriedade das Irmãs.
Foi uma viagem demorada. Com apenas uma paragem de 30 minutos para o cafezinho da manhã e o alívio das necessidades fisiológicas, chegamos por volta das 11:30 a Linda-a-Pastora, à casa-mãe da Congregação.

Santuário (Imagem recolhida em www.confhic.com)

A primeira impressão que tive foi de desespero, pois a minha máquina fotográfica digital resolveu avariar e as fotos que eu tirava ficavam com demasiada luz, quase brancas. Apenas aproveitei duas, das centenas que tirei. E sendo eu uma pessoa apaixonada por fotografia e querendo fazer uma espécie de reportagem fotográfica da viagem, imagine-se como fiquei…
Mas, adiante: fomos recebidos com muito carinho pelas Irmãs, que nos ofereceram um lanchezinho inicial, pois o almoço seria por volta da uma da tarde e os estômagos já reclamavam por um aconchegozinho. É que há ratinhos que são muito chatos e gostam de roer onde não devem…
Depois dirigimo-nos à Cripta, onde se encontram os túmulos do Padre Raimundo e da Irmã Maria Clara e onde tivemos um momento de oração, preparado pelas Irmãs que nos acompanharam desde Viana, Irmãs Maria Celeste e Maria de Fátima, que são uma simpatia. Aliás, todas as Irmãs desta Congregação primam pela simpatia e boa disposição, seguindo o lema de Mãe Clara: aceitando tudo como vindo das mãos de Deus, até as pequenas chatices do dia-a-dia, o que faz com que andem sempre com um sorriso no rosto e o ofereçam a toda a gente.
Cantámos:

De Raimundo e Clara abertos à graça
Nos vem este dom, esta herança feliz:
“Onde houver o bem a fazer, que se faça”
Ao jeito do Pobre de Assis.

O acolhimento, a hospitalidade,
Carisma lindo das origens nos vem
Queremos na Igreja ser fidelidade
Semeando a Paz e o Bem.

E ainda:
Por ti, Mãe Clara dos pobres
Damos graças ao Senhor;
E com júbilo cantamos:
Glória a Deus, honra e louvor!

Cripta (Imagem recolhida em http://www.confhic.com/ )

E rezámos:
Irmã Maria Clara,
Teus olhos têm o brilho da fé, a profundidade da esperança, a ternura do Amor,
Suplica a Jesus por cada um de nós aqui presente.

Teu olhar aponta outras paragens, chama às alturas, convida a sair da vulnerabilidade,
Suplica a Jesus por todos os nossos amigos, familiares, vizinhos e por todos os povos.

Teu olhar é puro e cristalino, desafia e convida, interroga e responde,
Suplica a Jesus pelas nossas famílias, sobretudo por aquelas que vivem em maior dificuldade de harmonia, paz, gratuidade e dedicação.

Teu olhar reflete paz e ternura, serenidade e coragem, mansidão e fortaleza,
Suplica a Jesus por todos os doentes de corpo e alma e as angústias dos seus familiares.

Teu olhar lança-se no infinito,
Suplica a Jesus por todos os jovens que se interrogam vocacionalmente, por uma vocação de consagração e de matrimónio na Igreja.

Túmulo da Irmã Maria Clara

Quando a oração acabou permanecemos em silêncio ainda alguns minutos na cripta, em oração pessoal e mental. Fomos informados de que o almoço seria servido naquele momento, meia hora antes do previsto, devido ao atraso de outro grupo na viagem.
O almoço estava muito bem confecionado, a sopa era muito saborosa e o resto estava divinal.
Estômagos aconchegados pelo belo repasto, tivemos um momento livre, em que aproveitamos para conhecer o belo jardim da casa das Irmãs. É um jardim muito grande, não diria enorme mas é muito grande. Tem várias espécies de plantas e flores, com alegorias a vários momentos da vida de Cristo. Assim, apresenta-se com algumas palmeiras, simbolizando o domingo de Ramos, seguidas de algumas oliveiras (Jesus no jardim das oliveiras) cactos (coroação de espinhos) e depois inicia-se a Via-Sacra, com placas indicadoras das estações. Tem também alusões aos mistérios do Rosário: um anjo, simbolizando a anunciação, um presépio, etc.
Aqueles terrenos pertenceram a Cesário Verde, poeta do século 19, que as Irmãs compraram por baixo preço devido a problemas de herança que rodeavam a propriedade. Foi aí que a família do poeta se refugiou aquando de um surto de cólera em Lisboa. No poema “Nós”, Cesário Verde retrata a vida da sua família na quinta e descreve pormenores da vida do campo, como trabalhos de lavoura, colheita da fruta, etc…
Não tivemos tempo de percorrer todo o jardim, pois às duas horas houve a exibição de um pequeno filme sobre a vida da Irmã Maria Clara e do Padre Raimundo Beirão, intitulado “Sonhos que se cruzam” e de seguida tivemos a missa, no santuário.
A missa foi presidida pelo Padre Castro, que teve a gentileza de nos acompanhar desde Viana, e decorreu num ambiente fraternal e acolhedor.
No final da missa, como se aproximava a hora da partida, as Irmãs residentes na casa ofereceram-nos novo lanche, para o qual ainda não havia fome mas disseram-nos que embrulhássemos o que quiséssemos para comer pelo caminho. Não me fiz rogada e coloquei doce de fruta caseiro num pão escuro, que muito aprecio, o qual embrulhei para comer depois.
O doce era uma mistura de várias frutas, perguntei a uma das Irmãs (Maria Teresa, acho) e ela disse que era caseiro e tinha vindo de outra casa da congregação, não me recordo de qual. Aliás, lá é assim: as várias casas oferecem coisas umas às outras, daquilo que produzem. Também havia tangerinas, para quem quisesse comer ou levar para o caminho.
Chegados ao autocarro, a surpresa: regressaríamos por Fátima, onde faríamos uma pequena paragem. Palmas e muita alegria receberam esta notícia!
A Irmã Maria Teresa veio despedir-se ao autocarro, parece que faz sempre questão de o fazer, e depois das belas palavras que nos dirigiu também foi aplaudida: a hora era de alegria pelos belos momentos vividos e era preciso que se expandisse.
E iniciámos viagem até Fátima, com a alegria antecipada do encontro com Nossa Senhora. Estivemos 45 minutos no santuário de Fátima, rezando e agradecendo à Senhora o bom dia que tivemos e a ótima viagem que fizemos.
Ainda tive tempo de comprar um presépio para a minha coleção. E tive a alegria, no autocarro, de o Padre Castro o benzer: depois da oração do terço ele abençoou os objetos religiosos que havíamos comprado, o que muito agradecemos.
E foi assim, esta viagem a Linda-a-Pastora. Para mim foi a primeira vez, mas fiquei com imensa vontade de regressar lá, com mais tempo, para ver tudo, fotografar tudo (com nova máquina, se calhar), absorver tudo e agradecer a Mãe Clara todas as graças que me tem feito ultimamente e as que ainda me fizer.
Recordo já com saudade o ambiente acolhedor que encontrei, a paz, a tranquilidade e o silêncio que se respiram naquela casa, no jardim, em cada canto… dá a sensação de que as almas dos fundadores permanecem ali, velando por todos, habitantes e visitantes, peregrinos e fiéis que se deslocam a pedir e a agradecer graças, e animando as Irmãs na sua vocação para fazer o Bem, onde houver Bem a fazer...

7 comentários:

Maria Luiza disse...

Felipa, que delícia de viagem vc fez! Vc contou com tantos detalhes e carinho que pareceu-me estar lá contigo. Vou lhe pedir que qdo voltares a Fátima, reze uma Ave maria prá mim, filhos e neta, tá? Adorei as fotos e seu escrito. Parabéns!

Felipa Monteverde disse...

Maria Luiza, eu peço sempre a Deus pelas minhas intenções e nelas incluo todos os amigos, familiares e benfeitores, assim como todas as pessoas que me pedem orações ou pelas quais eu me ofereço para rezar.
Se Deus quiser, em Maio regressarei a Fátima e pedirei por si e pelos seus, pode acreditar.
Esta viagem a Linda-a-Pastora foi muito gratificante para mim, espiritualmente. Tenho muita fé com a Irmã Maria Clara, à qual tenho pedido graças e tenho sido sempre atendida. Ela será beatificada pelo Papa ainda este ano.
Beijinhos

Ailime disse...

Felipa,
Muito grata pela sua extraordinária partilha.
São momentos como esses de vivência espiriutual que nos ajudam a cimentar a nossa Fé.
Espero dentro de algum tempo ter um pouco mais de disponibilidade para poder visitar locais onde sei que vou enoncontrar a paz de que tanto necessito para o meu coração.
Bem-haja.
Um beijinho com amizade da
Ailime

Felipa Monteverde disse...

Amiga Ailime, obrigada pelo comentário. Esta viagem foi-me muito proveitosa, vim de lá mais leve, em paz. A Irmã Clara, ou simplesmente Mãe Clara, como também é conhecida, foi uma grande mulher, que viveu tempos difíceis num tempo bastante adverso, em que a mulher não tinha direitos e as religiosas eram perseguidas e proibidas de abrir novas Ordens. Ela conseguiu abrir várias casas em Portugal e em África, contando apenas com a ajuda da Divina Providência.
Lendo sobre a vida desta mulher e pedindo-lhe ajuda para discernir sobre a vontade de Deus a meu respeito, sinto-me mais forte para enfrentar a vida e mais confiante no futuro, com mais fé na Divina Providência, que não se esquecerá de mim.
Beijinhos

malu disse...

A Maria Luiza disse já exactamente o que senti. Foi bom passear pelas tuas palavras e emoções. Pena a avaria da máquina, mas está excelente a descrição de tudo e assim puxa um pouco mais pela nossa imaginação e quase cheirei essas flores do jardim e do pão escuro ;)

Que a Mãe Clara te conceda todas as graças que lhe esperas.
Bjinhos.

Anónimo disse...

meu nome e Maria Joao a Mae Clara para mim sempre foi uma Santa na minha vida sempre tenho tido a sua ajuda e com as minhas ooraçoes sempre me tem houvido,graças a deus desde muitos anos que frecuento a LINDA A PASTORA, e cuando chego e na partida o primeiro lugar e chegar ao tumulo e agradecer a minha chegada e a minha partida ,eu junto das nossas irmas em conjunto sinto uma paz no meu interior, por essa razao tenho 66 anos e o contacto com elas a nivel de europa e diaro, nao posso no dia a dia passar sem sentir uma palavrinha por sua parte , veijo no meu interior que e uma necesidade profundo .TODAS TEEM O CARISMA DA NOSSA MAE CLARA.

Unknown disse...

Muito obrigada pela sua partilha desta viagem maravilhosa!
Também quero ir visitar o túmulo da Beata Mãe Mª Clara do Menino Jesus, para lhe agradecer Graças recebidas pro seu intermédio, mas ainda não descobri como me desloco até lá! É pena o site das Irmãs estar desactivado!
Que a Bem Aventurada Beata Mãe Mª Clara do Menino Jesus irradie a sua Luz, a sua Protecção, a sua Paz e o seu Amor sobre todos nós! Amen!